Solidão !

Pássaros alçam voo sem direção
para algum lugar,
seus movimentos aerodinâmicos oferecem
sensação de leveza aos meus olhos que
acompanham atentamente suas asas
flutuando na imensidão azul.
Não quero saber para onde vão,
quero ir junto só pelo prazer de experimentar
esse ato de liberdade que o voo traduz.
Quando vier a noite fria eis que pousarei
numa árvore alta que impedirá meus pés
de tocarem o chão novamente e logo
ao raiar do dia caminharei em voo solo
para nunca mais voltar.
Passada a revoada que os olhos já
não alcançam retorno a mim, ao cubículo
desta condição humana e sou recebido
pelos meus livros todos que,
de braços abertos, oferecem-me 
um forte abraço e dizem:-

" Vem cá cara, 

estamos aqui para segurar a barra."

                                                  Wagner Oliveira_ Bauru/SP

Sabe...

Sabe esse homem

que hoje está ao seu lado...

e que tantas vezes o surpreende absorto

pensativo...distante?

Nessas horas estamos juntos!

Almas sorridentes e completas

escondidos num cantinho

desse tempo mágico

que une pessoas,mata saudades...

Vai saber que estamos juntos

e não poderá fazer nada...

Nada!

                                                                                    Mariza Poeta_ Bauru/SP

Meu Cãozinho Pirlo

Ah! Meu amiguinho,

como quisera eu lhe reencontrar um dia,

nem que seja para juntos passarmos uma única tarde,

Para corrermos pelo gramado, rolarmos pelo chão, e eu sentir seus dentinhos puxando a barra da minha calça...

Você passou tão rápido em minha vida, feito uma leve brisa que só vem para embelezar o final de uma tarde de outono.

Vejo uma matilha que passa,

procuro o seu lindo olhar, mas já não está lá.

Ainda sinto o seu cheiro, ouço seus latidos

e sonho contigo todas as noites.

Em meus sonhos, sempre vem me visitar.

Não está doente neles, ainda é jovem e saudável, corre feito um cabrito novo no pasto.

Sinto que vem e me olha, chama-me para junto de você.

Mas é paciente e sabe esperar,

sabe que minha missão precisa continuar

por mais um tempo nesta Terra.

Ainda tenho que repassar todo amor que me ensinou.

Mas chegará um dia em que nos reencontraremos, e então nossa alegria será completa.

   Danielle Nascimento  

_Jornal da Cidade _ Bauru_

21 de Dezembro de 2014

Foi-se

Foi-se o tempo, que me disse, que não iria.
Depois, que passaria bem devagar.
Mas que de repente foi-se feito o vento
E eu fiquei aqui, depois que o sol também se foi.
Fiquei encostado na parede da casa feita toda ela de madeira.
Sob o beiral das telhas, espiando a chuva cair.
Caia a noite, e nada dessa chuva passar, não porque me importasse em me molhar.
E sim porque queria ver até quando duraria a chuva que caia.
Então adentrei a casa, fiz café de bule e coador, e fui para perto da janela, aonde ainda se via o ribeirão que cada vez, subia mais, e chovia.
Então me dei conta, que o tempo é rápido demais, quando não demora a passar.
E veio o dia e o sol saiu, para secar o que molhou a chuva.
Fui para o terreiro, ver o sabiá, que ouvira de dentro cantar. 
No pé da laranjeira, lá estava ele, cantando talvez para ver o tempo passar.
Olhei para baixo, numa poça d'água refletidos, a laranjeira, o sabiá e eu que nem sabia assobiar.
E foi-se o tempo, que fez baixar o rio, calar o pássaro, derrubar do pé as laranjas que não foram colhidas.
E de novo fez a noite, e eu me vi em um retrato dependurado na parede, onde não me reconheci.
E o tempo?
Que me disse que no outro dia voltaria,
nunca mais voltou. 

Demerval Assis da Silva _ Bauru/SP

Mar

O sol acordou,
Beijou o mar.
Imensidão d'água reluzente,
Que hipnotiza a gente.
Suas ondas são espumas,
Fortes e fracas,
Também imensas.
Acalma, reanima e encanta.
É o esplendor da natureza
Em movimento constante.
Maré alta, maré baixa
Apagam da areia as declarações de amor.

Elenita Rino Pompeu_ JC Bauru/ SP

Suplica do ledo engano

Se achas que me perturbas

Por favor, perturbe-me mais

Vou-me acalentar em ti

Se achas que me enches

Por favor, enche-me mais

Vou-me preencher de ti

Esqueças do expediente

Hora para amar não se faz

Se fores dizer o que sempre me dizes

Pode esqueceres, ledo engano

Tu és o meu sossego

E é nos seus braços

Que eu fico em paz.

Anônimo _ JC Bauru

Olhos, sorrisos e lágrimas.

Naquela noite que te conheci.
Naquele sorriso que me perdi.
Sorriso leve e acalentador.
Sorriso envolvente, um amor.
Uma vida, um casamento.
Te vi entrando, e não vi mais ninguém.
Seu sorriso distante vinha em minha direção.
Seus olhos sorriam para mim,
Como se fossemos crianças correndo em um jardim.
Fomos nos descobrindo, você chegou.
Você chegou, mudou a direção da minha vida
Você chegou deu sentido ao meu viver
Você chegou e sem medo de errar,
De construir seguimos juntos
Sem medo de sorrir
Sem medo de chorar
Sabíamos que íamos vencer
Porque você é a esposa ideal
Seu carinho, seu cuidado comigo
Somos muito mais que amigos
Somos companheiros e amantes
Somos marido e mulher!
Eu te amo!

                                                          Evandro Souza _ JC Bauru SP

Eco do mar...

Neste pequeno poema

Quero ouvir seu som

Sentir sua melodia

Nem que seja numa

Conchinha do mar...

Helder Juste _ JC _ Bauru/SP

Amor e convivência.

Amor,

sentimento lindo

que cedo ou tarde,

acaba nos atingindo.

Devagar vai nos dominando

e nossos passos direcionando.

Tudo é novo,

maravilhoso,

é delicioso estar amando.

Mas, para ele sobreviver,

é preciso dominar

a arte  de conviver,

alimentando a afinidade,

acolhendo na dificuldade,

respeitando a individualidade

e a liberdade de cada ser.

Amar é importante,

mas, se não souber conviver,

tudo fica inconstante

e o amor pode até morrer.

                                                     Profº José Reinaldo da Silva

                                                                Extraído do Jornal da Cidade_ Bauru