Foi-se o tempo, que me disse, que não iria.
Depois, que passaria bem devagar.
Mas que de repente foi-se feito o vento
E eu fiquei aqui, depois que o sol também se foi.
Fiquei encostado na parede da casa feita toda ela de madeira.
Sob o beiral das telhas, espiando a chuva cair.
Caia a noite, e nada dessa chuva passar, não porque me importasse em me molhar.
E sim porque queria ver até quando duraria a chuva que caia.
Então adentrei a casa, fiz café de bule e coador, e fui para perto da janela, aonde ainda se via o ribeirão que cada vez, subia mais, e chovia.
Então me dei conta, que o tempo é rápido demais, quando não demora a passar.
E veio o dia e o sol saiu, para secar o que molhou a chuva.
Fui para o terreiro, ver o sabiá, que ouvira de dentro cantar.
No pé da laranjeira, lá estava ele, cantando talvez para ver o tempo passar.
Olhei para baixo, numa poça d'água refletidos, a laranjeira, o sabiá e eu que nem sabia assobiar.
E foi-se o tempo, que fez baixar o rio, calar o pássaro, derrubar do pé as laranjas que não foram colhidas.
E de novo fez a noite, e eu me vi em um retrato dependurado na parede, onde não me reconheci.
E o tempo?
Que me disse que no outro dia voltaria,
nunca mais voltou.
Demerval Assis da Silva _ Bauru/SP
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